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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Aluguel de casa na Praia Condomínio Fechado Litoral Norte SP


O menino e o mar
Numa bela tarde de verão quando o sol, já cansado, se preparava para recolher, um menino com o cabelo cor de avelã e os olhos muitos azuis, tão azuis como a cor do reflexo do céu naquele mar que ele tão bem conhecia, se aproximou dele e sentou- se.

As ondas brotavam sem força, mas o menino as sentia nos seus pés cansados de tanto caminhar.

O menino e o mar tinham uma relação muito familiar.

Desde pequeno que o José todos os domingos caminhava dez quilómetros a pé em direcção a ele para lhe falar.

Os outros meninos perguntavam-lhe o que é que ele tinha tanto que falar com o mar mas a resposta era sempre a mesma : nenhuma. Encolhia os seus estreitos ombros e seguia o seu caminho.

O José era um menino triste e calado. A solidão era a sua fiel companheira.

Enquanto os outros meninos jogavam á bola e brincavam alegremente soltando gargalhadas, José limitava se a vaguear pelo pátio da escola como se andasse perdido.

De cabeça baixa, olhos fixos na calçada que pisava com os seus pés doridos das longas e muitas caminhadas em direção aquele que parecia ser o seu único e fiel amigo, que sabia o que se passava no seu coração : O Mar.

José cresceu, tornou se num esbelto e forte jovem, amigo de ajudar qualquer coração solitário, tanto quanto o dele.

Com 20 anos acabados de fazer, continuava a procurar o mar como se a ele pertencesse. As longas caminhadas continuavam, os seus pés pareciam indiferentes á dor, calejados, continuavam a transportar o José

Num triste dia de Inverno onde a luz não era suficiente para aquecer os corações tristes, a alegria parecia ter surgido como um raio de luz vindo de um relâmpago, para se instalar no coração do menino do mar.

Encolhido e protegido por um pequeno lençol, José acordara ao som de um familiar abrir da porta da sua moradia.

O seu coração parecia querer saltar do seu peito, as lágrimas começaram a soltarem se umas atrás das outras correndo pelo seu rosto jovem mas tão cansado de sofrer.

Embebido nas suas lágrimas salgadas, tão salgadas como a água daquele mar que durante 15 anos ele procurou para lhe pedir que lhe trouxera de volta o seu pai, que numa noite desaparecera no seu pobre e velhote barco de pesca, saltou velozmente da cama e agora em direcão á porta que acabara de ouvir abrir, sofregamente soluçando chamava pelo nome do seu pai e como um raio de luz acabado de nascer de um relâmpago naquela noite de Inverno ,encontrou todo o calor que durante anos e anos lhe faltou nos braços daquele homem ,que jamais perdera a esperança de o encontrar.

Juntos, bem cedo, caminharam lado a lado em direção aquele mar que durante anos os mantivera separados.

Ele ouvira o menino.

O mar estava calmo e sereno, as suas ondas sem força pareciam beijar os pés daquele que durante anos nunca lhe virara as costas e se limitou a ter esperança…

Fonte : contos infantis - o menino e o mar.


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