POEMA DO MAR
Maria Hilda de J. Alão.
Dizem que és traiçoeiro,À noite tens um quê esquisito.Acesso ao teu todo é interdito,Mar, gigante de ares faceiros.Eu te amo meu belo selvagem.Sincera é, por ti, a paixão,Como por Cristo é a devoção,Nos olhos d’alma tenho tua imagem.No teu seio barcos são arvoredos,Abrigas personagens rudesE vidas que ganham altitudes.És um poço de segredos.Tua água é envolvente,Exala marinhos perfumesE a posição tu assumesAmante de Iemanjá ardente.Envolvo-me em onda benditaNos dias de ócio, ó delícia,Sentindo a doce caríciaQue instintos ressuscita.Amas os cabelos e meus seios,Jardim onde depositas floresDe conchas que causam ruboresCom o atrevimento dos meneiosJogando-me na areia deitadaOlhando a orla misteriosaA quem me curvo respeitosa.Ó dia, ó hora abençoada,Da criação do mundo das águasEmbasado em sincronia perfeita.Paisagem onde o olhar se deitaPara repensar, da vida, as mágoas.Tens um manto de talhe finoVerde-esmeralda de cetim,Falando de ti dou tudo de mim,Amar-te é o meu destino.Por isso escrevi no meu peito,Com palavras que conheço
Este poema que tem por começoTemor, admiração e respeito.
fonte -contos.poesias.com.br
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