Hoje, 30 de abril é o dia Nacional da Mulher - Jerônima Mesquita é a escolhida para representar a data, veja a história da vida dela :
Jerônima Mesquita, nasceu em Leopoldina, Minas Gerais, no dia 30 de abril de 1880, na Fazenda Paraíso. Teve quatro irmãos, Francisca de Paula Lynch, Jerônimo Mesquita, Maria José e Antônio José de Mesquita e Bonfim.
Seu pai José Jerônimo de Mesquita era filho de um dos maiores comerciantes de pedras preciosas do Império. Ao se casar, recebeu a fazenda Paraíso de presente de seu avô, o marquês de Bonfim. Lá nasceram seus filhos. A propriedade possuía na época cerca de 300 escravos, que trabalhavam na lavoura cafeeira. José Jerônimo tornaria-se o II Barão do Mesquita, II Barão de Bonfim.
Tinha fama de ser um homem justo e de tratar bem seus escravos, que tinham inclusive aulas de música, para as quais foi construída uma sala de música. Os escravos tinha sua própria orquestra, que tocava durante os jantares[1]. Foi um dos primeiros fazendeiros de Leopoldina a libertar seus escravos, antes da Lei Áurea, em 1886. Comenta-se que neste dia ele caminhou em procissão com seus ex-escravos para a Igreja, onde todos assistiram uma missa como homens livres. Em reconhecimento, o imperador Pedro II concedeu-lhe o título de barão. Nasceu em 15 de novembro de 1856, faleceu em 28 de setembro 1895.
Sua mãe Maria José Vilas Boas de Siqueira Mesquita nasceu na fazenda da Glória, em Angustura (MG), no dia 28 de janeiro de 1862. Era filha de Josefina Vilas Boas de Siqueira, de uma família de fazendeiros, e do rico cafeicultor Antônio Antunes Siqueira. Foi uma das poucas privilegiadas com acesso à educação naquela época, tendo estudado no Colégio de Mariana. Aos 18 anos casou-se com José Jerônimo de Mesquita.
Maria José era aparentemente uma mulher típica da elite brasileira: culta, educada e rica. Mas sua trajetória de vida vai muito além do fino verniz que reveste a imagem da elite brasileira do final do século XIX. Tanto pela forma como ela e seu marido trataram seus escravos, quanto pela maneira como educaram seus filhos, eles se destacavam entre os demais membros da aristocracia brasileira.
Viúva aos 34 anos, Maria José dividiu sua vida entre a Europa e o Brasil acompanhado os estudos dos filhos, e ela mesma aprimorando seus conhecimentos. Tinha residência no Rio de Janeiro, no Flamengo, onde recebia amigos e convidados, muitos deles pessoas de destaque na sociedade, artistas e políticos.
Quando estava no Rio, promovia um chá em sua casa todas as quintas-feiras. A estas reuniões compareciam membros destacados da elite carioca e personalidades estrangeiras em visita ao Brasil, como madame Chian Kai Chek e madame Curie. A pianista Guiomar Novaes, sua amiga pessoal, costumava também hospedar-se em sua casa quando vinha ao Rio de Janeiro.
Renomada anfitriã, a baronesa aboliu as bebidas alcoólicas dos encontros que promovia. Também seus filhos, especialmente Jerônima, engajaram-se em campanhas contra o álcool, promovendo a formação de entidades de auxílio a dependentes de bebida..[2]
Participou, junto com a filha Jerônima de muitas atividades de assistência social e mesmo de movimentos feministas. Usava sua influência para arrecadar fundos para obras de caridade, embora muitas vezes o capital vinha se seus próprios recursos.
É versão corrente entre seus descendentes que teria vendido um valioso diamante cor-de-rosa, presente de seu sogro, para adquirir o terreno onde foi construído o sanatório São Miguel, em Correias, região serrana fluminense, destinado a crianças e mulheres tuberculosas Além da fundação desse sanatório, a baronesa também usou seu prestígio junto aos membros da elite carioca a fim de levantar recursos para concluir a obra e sustentar seu funcionamento.[3]
Faleceu em 1953, com 91 anos, tendo sido o último membro da nobreza do II Reinado a desaparecer.Dedicou grande parte da sua vida a caridade e à luta pelos direitos das mulheres, juntamente com a filha Jerônima.
fonte história do ensino
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