Reprodução de matéria, na íntegra, via UOL :
Quando a Fernanda Schimidt, nossa redatora e repórter de UOL Estilo, partiu rumo a Salvador, levava dentro da bagagem a seguinte pergunta a ser respondida: o que a moda baiana tem? Pelo trocadilho com o verso da canção de Dorival Caymmi entenda-se o que de interessante em termos de moda, de fusão da forte e rica identidade cultural local com o design contemporâneo (e até mesmo o produto artesanal puro, extremamente bem-feito) está sendo produzido e não devidamente divulgado. Porque sofremos - os meios de comunicação, em geral - deste mal de, por sermos sediados em São Paulo e Rio de Janeiro, majoritariamente, às vezes deixarmos passar boas novidades de outras regiões.
Desfile da grife Goya Lopes Resort
A primeira edição do Bahia Moda Design, então, nos pareceu uma ótima oportunidade para conhecer as grifes locais. O evento, voltado para lojistas, aconteceu na última segunda (30) e terça (31) , e tinha como foco a moda comercial, disso já estávamos avisados. Portanto, nada de criações conceituais ou propostas revolucionárias para o rumo da moda brasileira. O negócio era a vida real: o que é oferecido para os baianos usarem no dia-a-dia, nas mais diversas ocasiões.
Um dos looks graciosos da grife Iza
Goya Lopes, estilista conhecida por suas estampas marcantes, inspiradas nos motivos africanos, foi um dos destaques do evento e é um bom exemplo de marca baiana de sucesso, com identidade e qualidade. A maior parte das nove marcas participantes, porém, ainda precisa comer muito acarajé para oferecer melhores opções de vestidos, calças, bermudas e até biquínis para os baianos e - se quiserem ampliar os negócios - brasileiros no geral. O que falta: melhorar o acabamento, caprichar em modelagens que saiam da mesmice ou da caricatura do que é considerado moderno. Não precisa parecer que a roupa é complexa: melhor apostar num design limpo, com foco em um detalhe, no caso o detalhe que a marca considerar seu forte (trabalho artesanal, tecido, estamparia, uma bossa numa manga, prega, etc).
A grife baiana Vivire acertou na estampa contemporânea, colorida e divertida
Foram apenas dois dias, e um evento com poucas marcas, e por isso a análise é localizada. Nomes de destaque fashion baiano, como Vitorino Campos, que desfila no Dragão Fashion, mostram o potencial baiano para o setor. Queremos, em breve, conhecer mais jovens talentos do fazer moda na Bahia. Enquanto isso não acontece, veja alguns dados do negócio na região na reportagem da Fernanda. E também as declarações do "Paulo Borges do Nordeste" sobre o cenário fashion local.
Por Carolina Vasone, via Uol.
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