Biografia de Lenny Niemeyer mostra evolução da moda praia e sofisticação da estilista
A obra traz uma introdução entusiasmada de Alexandra Farah, que consegue fazer um bom resumo da carreira de Lenny em apenas três páginas. Na seqüência, quem assume a biografia é Camila Perlingeiro, com um delicioso resgate histórico e comportamental da evolução das roupas de banho. Das calças bufantes usadas com túnicas que chegavam aos tornozelos até o fio-dental, a autora conta didaticamente as mudanças que proporcionaram cada vez mais pele à mostra nas praias do mundo. Só então entra na trajetória profissional de Lenny, contextualizando o momento da moda no início dos anos 80, quando a estilista se lançou neste mercado.
Recém-chegada de São Paulo ao Rio de Janeiro, Lenny conquistou o sucesso investindo em uma moda praia mais sofisticada, com estampas, modelagem, cores e acessórios que fugiam aos padrões da época, como as argolas de ossos de boi, que buscava em um açougue no Leblon e preparava em casa para utilizar em suas peças. Por essas e outras, o livro afirma que, se existisse alta-costura na moda praia, Lenny seria a rainha absoluta.
Cinco curiosidades sobre Lenny Niemeyer:
- Apesar de todo o seu envolvimento com o Rio de Janeiro, a estilista não é carioca: nasceu em Santos (SP). Lenny só foi para o Rio de Janeiro em 1979, aos 27 anos, quando se casou com o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho. A propósito, seu nome de batismo é Maria Helena Ortiz;
- Graças a um conhecido, o editor de moda Michael Roberts, um maiô de Lenny foi parar numa sessão de fotos da revista "Vanity Fair", para ser usado por Nicole Kidman. A atriz se apaixonou pelo modelo. Os assistentes de Nicole ligaram para o Rio e encomendaram outras peças;
- O arquiteto Sig Bergamin foi colega de classe de Lenny em São Paulo, quando a estilista fez especialização em desenho industrial, após cursar a faculdade de artes plásticas na FAAP no final dos anos 60;
- Em 1984, Lenny passou por maus bocados: três anos após montar uma pequena fábrica na garagem de casa, uma inundação destruiu toda a sua produção. A estilista montou uma nova fábrica em um galpão em Jacaré, subúrbio do Rio de Janeiro, que foi assaltada um ano depois. Lenny alugou máquinas para continuar a produzir e incorporou o galpão anexo para ampliar a empresa;
- Apesar de toda sua experiência, a estilista até hoje não desenha absolutamente nada: faz tudo direto no manequim e vai ajeitando no corpo.fonte uol.
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